O jornal i brinda-nos uma vez mais com um excelente artigo sobre como será parte de uma cidade no futuro. Desta vez o foco do artigo incide sobre os hospitais e tenta responder à questão: como serão os hospitais no futuro e como podem eles ser edifícios verdes?
Antes de mais, convém recordar que os edifícios representam 40% das emissões de carbono dos países desenvolvidos.
Paralelamente, e como podemos comprovar neste artigo de início de ano do The Guardian, os hospitais são, entre os edifícios públicos (pelo menos nos ingleses e não temos dúvidas em afirmar que este será também o caso português) os que mais emissões emitem – juntamente com as prisões.
Assim, e segundo o Guardian – que citou dados do Governo britânico – oito dos dez edifícios públicos mais poluidores da Inglaterra e País de Gales são hospitais. Isto diz muito da importância dos hospitais na sustentabilidade de uma cidade.
Aliás, segundo este artigo do jornal i - o artigo original, diga-se, é da Fast Company – os hospitais consomem o dobro da energia dos edifícios de escritórios, funcionando também 24 horas por dia, o que ainda agrava esta situação.
O artigo explica ainda que a construção dos hospitais costuma descurar elementos de design, como o acesso à luz do dia. “Os hospitais são os edifícios mais dificilmente sustentáveis, mas também constituem uma das maiores oportunidades para os projectistas”, explicou Jean Mah, da consultora de arquitectura Perkins + Will.
E como poderá ser o hospital do futuro? Vamos deixar aqui algumas pistas:
1. Cozinha. As máquinas de compostagem podem ajudar a reduzir os desperdícios. Haverá ainda um sistema informático que informará sobre o regime alimentar dos pacientes, para que a respectiva comida seja só preparada de acordo com as necessidades.
2. Cafetaria. Será feita com materiais naturais, terá uma iluminação acolhedora, criando um ambiente mais convidativo para o pessoal hospitalar, família e amigos dos pacientes. As refeições são servidas em recipientes descartáveis feitos de materiais biodegradáveis – como cana de açúcar – em vez de esferovite.
3. Lavandaria. É uma das mais importantes secções do hospital – no que toca à sustentabilidade – por isso terá túneis industriais de lavagem com cerca de 2,5 metros de comprimento. Gastará apenas 3,5 litros de água por lavagem. A água será depois reciclada.
4. Jardins na cobertura. Como afirmámos na segunda-feira, os jardins são importantes para qualquer edifício, ajudando, por exemplo, a manter uma temperatura amena. Os hospitais não fogem à regra e terão oásis para servir os pacientes, família e amigos e o pessoal hospitalar. O jardim ajudará a regular a temperatura do edifício, fornecendo uma camada extra de isolamento. Também absorverá a água da chuva para reduzir a carga de tubagens de esgoto e drenagem.
5. Janelas. Será manobráveis e irão proporcionar sombra e ventilação natural, reduzindo assim a necessidade de ar condicionado.
6. Parque de estacionamento. Será um ponto nevrálgico do hospital. Os painéis solares instalados nos parques de estacionamento darão sombra aos carros e recolherão energia suficiente para suprir 50% das necessidades de electricidade do hospital.