Ontem, vinte cidades e vilas portuguesas foram ao Parlamento Europeu debater o tema das alterações climáticas, outra prova de que este tema entrou definitivamente na agenda dos autarcas.
A razão não é para menos. Que o diga o investigador Filipe Duarte Santos, que hoje apresentou um estudo que revela que a região de Cascais deverá aumentar a sua temperatura média em 6,5 graus centígrados até ao final do século.
O trabalho, coordenado por Filipe Duarte Santos mas que contou com uma equipa de 30 investigadores, apontou cenários previsíveis para a zona da Cascais a partir dos dados que hoje conhecemos sobre o clima daquela região.
Segundo o estudo, que foi citado pela Agência Lusa, a temperatura mínima mensal, no Inverno, deverá aumentar entre um e dois graus centígrados em meados do século – e até três graus até ao final do século.
Piores ainda são previsões para o Verão, em que a subida da temperatura média deverá ser de dois a quatro graus em meados do século e de cinco a nove graus até ao final deste mesmo século. Porém, o estudo revela que estas subidas da temperatura média terão como origem o facto de passarem a haver dias muito mais quentes – e não por ocorrerem temperaturas máximas muito mais elevadas que as actuais.
Isto significará, assim, que as ondas de calor irão tornar-se mais frequentes e longas, ocorrendo não só no Verão como na Primavera e até no Outono. Haverá mais noites tropicais, em que a temperatura não descerá dos 25 graus. Em relação à precipitação, esta será (muito) menor, especialmente de Abril a Maio e de Outubro a Dezembro.
O período de Junho a Setembro será ainda mais seco e o número de Verões secos também aumentará para o triplo. Curiosamente, o vento será mais intenso no Verão (até 20% no final do século) e menos intenso no Inverno.
Se teremos Invernos mais amenos e Verões mais desconfortáveis na zona de Cascais, em Lisboa, a pouco mais de 30 quilómetros desta região, as oscilações não deverão ser muito diferentes, não é verdade?