Portugal vai derrapar “apenas” 5% nas metas previstas para Quioto, um resultado conseguido, segundo os ambientalistas, devido ao bom desempenho das renováveis e, eventualmente, à crise económica – e consequente abrandamento industrial.
Segundo os números da Comissão para as Alterações Climáticas, estima-se que, entre 2008 e 2012, período de cumprimento do Protocolo de Quioto, Portugal esteja 5% acima da quantidade que lhe foi atribuída, o que equivale a emitir mais 19,91 milhões de toneladas de dióxido de carbono do que o tecto de emissões de gases com efeito de estufa.
No entanto, e segundo os especialistas, a crise económica e os mecanismos de flexibilidade previstos no Plano Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) deverão permitir abater esta percentagem e cumprir as metas previstas: aumentar em 27% as emissões, face a 1990.
“Portugal vai cumprir esse objectivo não só através das medidas de redução directas, mas através de instrumentos de flexibilidade como os mecanismos de desenvolvimento limpo e o comércio de emissões”, explicou ao Diário Económico o especialista em alterações climáticas Viriato Soromenho-Marques.
Recorde-se que, recentemente, Portugal já comprou direitos de emissão à Letónia. Uma estratégia que deverá continuar, para atingir as metas esperadas - e desejadas.
De
MC a 30 de Novembro de 2009 às 17:38
de sublinhar que portugal era o país da UE que mais direito tinha a aumentar as emissões. isto quando a média deveria baixar 8%.
ter que comprar créditos para atingir o objectivo mais fácil que havia, é no mínimo uma enorme derrota para a nossa política ambiental.
De Emanuel Proença a 30 de Novembro de 2009 às 21:29
A verdade é que a meta, apesar de parecer boa, foi um desastre desde início (isto embora os políticos da altura a tenham dado como vitório). A meta parecia pouco exigente porque tinha em conta a necessidade de Portugal convergir em termos económicos, e por isso aumentar emissões.
A consequência foi: nem convergimos económicamente, nem controlámos as emissões. Estamos agora a comprar emissões (para o período "barato" até 2011, está já prevista uma despesa de 280 Milhões de €), e o problema só vai piorar se não conseguirmos uma meta decente em Copenhaga (isto sem "artíficios" que façam de novo um péssimo acordo parecer bom...).
Para trás fica o objectivo de tornar o país mais sustentável, menos poluente e mais desenvolvido...
De
MC a 2 de Dezembro de 2009 às 10:58
Não faz muito sentido dizer que a meta tinha em conta a convergência económica, porque a convergência económica tem a ver com a desempenho relativo à média. Ora a poluição depende da nossa actividade económica, do nosso desempenho absoluto, não depende de como se estão a portar os outros países.
Por outras palavras, se o resto da UE cresceu a 0% ou a 10% não tem qualquer impacto nas nossas emissões.
Mas isso é secundário.
Não concordo quando dizes que convergir implica aumento de emissões. Primeiro pelo que disse acima (emissões dependeriam do PIB em si e não do PIB relativo), e segundo porque há muitos países cujo PIB cresceu e as emissões desceram. Em Portugal tivemos emissões a crescer a um ritmo muito mais elevado que o PIB...
Logo a relação PIB/emissões não é de modo nenhum óbvia.
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