Hoje voltamos ao tema dos edifícios para referir que, todos os meses, são emitidos em Portugal 15 mil certificados energéticos de edifícios - sendo que, ao todo, são já cerca de 200 mil as construções que já têm este dístico.
Segundo avançou a Agência Lusa, porém, existem apenas 12 edifícios considerados como sustentáveis – o que demonstra que os conceitos de eficiência energética e construção sustentável são diferentes.
Segundo explicou à Lusa Manuel Pinheiro, responsável pelo LiderA, sistema de apoio e avaliação da construção sustentável, o conceito de eficiência energética refere-se apenas à utilização racional de energia, enquanto que o de construção sustentável requer eficiência não só na utilização da energia mas também de todos os recursos – ao longo de todo o ciclo de vida dos edifícios.
Ainda assim, e voltando aos certificados energéticos, no ano passado Portugal foi “um dos cinco países da União Europeia que melhor se destacou na implementação do Sistema de Certificação Energética”.
“Esse é um dos motivos pelo qual somos apontados como um exemplo a seguir pelos outros Estados-membro”, explicou à Lusa Paulo Santos, que pertence à Direcção de Auditoria Edifícios da Agência para a Energia (ADENE).
A classificação energética é obrigatória para qualquer transacção imobiliária – desde 1 de Janeiro de 2009 – e praticamente todas as câmaras municipais incorporaram este requisito nos seus procedimentos administrativos, revelou ainda Paulo Santos.
As classificações energéticas podem ir de A+ a B- (para os edifícios novos) e de A a G para os já existentes. Ao todo são mais de mil os peritos qualificados para emitir classificações energéticas, um número que deverá duplicar até ao final do ano.
Ainda segundo Paulo Santos, da ADENE, são mensalmente certificados cerca de três mil novos edifícios (em fase de licenciamento) e 12 mil edifícios já existentes.
Destes, cerca de 55% dos edifícios novos têm classificação energética de classe A – “o que revela que a nova construção já apresenta padrões de eficiência elevados, com a incorporação de bons materiais e soluções técnicas”, segundo Paulo Santos.
Finalmente, e nos edifícios já existentes, as classes B e C são as predominantes, com cerca de 60% dos certificados a apontar para uma classe inferior a B-. Assim, concluiu Paulo Santos, o edificado poderá – e deverá – ser melhorado.