A construção em terra é uma boa alternativa para a arquitectura contemporânea, sobretudo a habitacional, defendeu esta semana Maria Fernandes, arquitecta ligada ao Centro de Estudos Arqueológicos da Universidade de Coimbra.
Citada pela Agência Lusa na preparação para o 6º Seminário de Arquitectura de Terra em Portugal e 9º Seminário Ibero-Americano de Arquitectura e Construção em Terra, a arquitecta explicou que a construção em terra é económica, sustentável e “acessível em qualquer parte do mundo”.
Segundo Maria Fernandes, trata-se de uma construção de custos muito mais baixos, que permite a produção dos materiais e tem custos energéticos menores, dada a sua elevada eficiência térmica.
Este tipo de arquitectura tem ganho, nos últimos anos, uma especial relevância nos países desenvolvidos, com projectos nos Estados Unidos (Texas, Califórnia e Novo México), Suíça e Alemanha.
Em Portugal, por outro lado, nomes como Alexandre Bastos, Graça Jalles, Henrique Schreck ou Teresa Beirão têm também desenvolvido projectos de construção em terra.
Confrontada com as fragilidades da construção em terra, como a resistência a sismos, Maria Fernandes explicou que esta tem vindo a seu melhorada, com técnicas que aconselham uma construção o mais equilibrada possível, a utilização de redes de malhas plásticas nas paredes e o escoramento com vigas em madeira.
O seminário decorre nos próximos dias 21 e 22 deste mês, na Universidade de Coimbra, e vai reunir 200 investigadores e profissionais ligados à arquitectura, engenharia, antropologia e história.
Será que a construção do futuro – e energeticamente mais eficiente – nos levará umas centenas de anos atrás?