Hoje vamos trazer para discussão um tema que temos preparado há alguns dias e que, depois da tragédia da Madeira, nos parece adequado abordar. A notícia é da Science Daily – de 10 de Fevereiro – e explica que um novo estudo ecológico avisa que os pontos de ruptura climáticos (aqueles que trarão danos globais irreparáveis) poderão ocorrer sem qualquer aviso prévio.
O estudo foi desenvolvido por Alan Hastings, da Universidade da Califórnia, e indica que será mais difícil – em relação àquilo que os especialistas pensavam – prever quando irão acontecer mudanças repentinas no sistema natural do planeta Terra.
“Muitos cientistas estão à procura de sinais de aviso para as mudanças repentinas no sistema natural, com vista a conseguir parar essas mudanças ou melhorar a preparação para elas”, avançou Hastings. “Mas o nosso estudo descobriu que, infelizmente, essas mudanças – que trarão potencialmente grandes consequências – aparecerão sem aviso”.
“Isso quer dizer” – continuou – “que alguns dos efeitos das mudanças climáticas nos ecossistemas serão apenas vistos quando chegarem os seus dramáticos efeitos. E nessa altura será difícil regressar ao nosso estado desejado, senão impossível”.
O estudo foca-se em modelos ecológicos mas pode ser aplicados noutros sistemas complexos, sobretudo o que envolvam dinâmicas humanas.
Os cientistas dizem que as mudanças climáticas já estão ter efeito directo nos extremos de clima que hoje assistimos, das chuvas intensas e frequentes às secas, ondas de calor, incêndios, inundações, faltas de água nas regiões áreas, novas e grandes vagas de peste, afectando colheitas e florestas ou em próprias doenças.
Aliás, e segundo relembra o Science Daily, este alerta foi recentemente dado pelo conselheiro para a ciência do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Nos últimos Invernos e verões, em Portugal, o clima tem atingido cenários extremos. O que se passou no sábado na Ilha da Madeira, onde durante uma hora – entre as 9h e as 10h – choveu o equivalente a um mês normal, poderá não ser uma coincidência… Concorda?