Hoje comemora-se o Dia da Terra, mas foi ontem que a Quercus alertou a sociedade portuguesa para o risco que o planeta corre de entrar em cataclismo. Segundo a Quercus, só em Portugal o consumo e a produção de resíduos estão 70% acima da sua capacidade.
“Infelizmente, quatro décadas passadas desde o momento em que se designou internacionalmente um dia para celebrar o Planeta Terra, os dados indicam que o caminho percorrido não tem [estado] no bom sentido e a nossa capacidade de conhecer e respeitar os limites da sustentabilidade do Planeta não tem progredido”, revelou o comunidade da Quercus, citado pelo IOL.
A Quercus diz que existe “um grande défice ecológico” e que este “põe a nu” a insustentabilidade da humanidade. Neste cataclismo de magnitude planetária, as alterações climáticas serão apenas “um dos sintomas”. Portugal, como é óbvio, não foge destes “sintomas”.
Segundo dados de 2008, o nosso país tem uma pegada ecológica de 4,4 hectares globais per capita, quando a sua biocapacidade é de apenas 1,2 hectares per capita. E com estes números chegamos a este número perigoso de 70% acima da nossa capacidade produtiva e de processamento de resíduos produzidos.
A nível global, actualmente a produção e consumo excede em 40% a capacidade de carga do planeta, pelo que seriam necessários 1,4 planetas para suprir as necessidade.
E mais: ¾ da população não consegue produzir dentro das suas fronteiras os recursos que consome – nem tão pouco desfazer-se dos resíduos que produz.
Sendo assim, e ainda segundo a Quercus, “apenas mil milhões de pessoas têm uma vida abastada, mil a dois milhões vivem em economias de transição e quatro mil milhões sobrevivem com apenas alguns euros por dia”.
Preocupante, não é? E como será em 2050, quando a população mundial tiver crescido dos actuais seis mil milhões para os nove mil milhões e for absolutamente necessário que os europeus reduzam a sua pegada ecológica para os 25% e os Estados Unidos para os 10%?