Na sequência da comemoração dos 50 anos da cidade de Brasília, de que também aqui falámos, o Correio Braziliense publicou um artigo que – e, mais do que nunca, hoje, dia em que o trânsito lisboeta está virado do avesso por causa da greve das transportadoras – faz sentido abordar no LXSustentável.
Segundo o jornal, Brasília tem hoje um trânsito tão caótico como o das outras metrópoles brasileiras. E isto – e apesar – de ter sido idealizada há apenas 50 anos.
Com 1,1 milhões de automóveis em circulação, os motoristas vêm-se parados em cada vez mais engarrafamentos, mesmo fora dos habituais picos de trânsito.
Na última década, a frota automóvel teve um crescimento anual na ordem dos 7,5%. Assim, as contas são fáceis de fazer: se este crescimento se mantivesse, em 2060 seriam 44,3 milhões de veículos em circulação nas estradas de Brasília. É expectável? Não. Mas é um número assustador? Sim, é.
“A tendência é a do crescimento ser superior à própria progressão linear. Isto mostra a urgência em criar políticas públicas, já que esta quantidade de veículos nem sequer caberia nas ruas. Nem mesmo se os carros andassem uns por cima dos outros seria possível termos uma frota deste tamanho”, revelou José Leles, mestre em Engenharia de Tráfego pela Universidade de Brasília (UnB), citado pelo Correio Braziliense.
O que fazer para impedir este cenário? Investir em transportes públicos (já ontem aqui adiantámos que Brasília sofria de um défice de bons transportes públicos), melhorando as linhas de metro e os autocarros.
Outra das medidas? Investir em ciclovias, que serviriam de estímulo para que os habitantes da capital brasileira trocassem as quatro rodas privadas pelas duas. “Brasília tem uma geografia e infra-estruturas favoráveis à utilização da bicicleta. A cidade é plana e esse seria uma excelente meio de transporte alternativo”, revelou José Leles.
Ainda assim, e “infelizmente” – continuou – o que se vê em Brasília é que “a maioria das ciclovias é utilizada exclusivamente para lazer e desporto, e não como forma de transporte”.
E mais: os espaços públicos não estão adaptados para as bicicletas e as pessoas não têm onde as guardar quando vão para o trabalho (já sem falar numa zona, dentro das empresas, onde os utilizadores de bicicleta possam tomar banho).
Reconhece alguns destes problemas na nossa Lisboa? Pode ler o resto do artigo do Correio Braziliense neste link.