Começam amanhã as obras de requalificação do fosso da muralha de Peniche, que durante décadas – e até 2001 – foram uma espécie de esgotos domésticos daquela cidade.
Segundo noticia o Público, o contrato de consignação da obra será assinado ainda hoje, estando em causa um valor de 3,8 milhões de euros para não só retirar os dragados e lamas poluídas da zona molhada do fosso como também aproveitar para requalificar – em termos paisagísticos – a zona envolvente.
Assim, está prevista a recuperação da margem nascente do fosso, a construção de duas travessias pedonais e de uma ponte rodoviária para substituir a actual, a criação de espaços verdes e lúdicos e a iluminação pública das muralhas.
E mais: após a intervenção, o local será transformado em espaço de recreio náutico, acessível a pequenas embarcações, sendo construída também uma eclusa, um sistema de comportas que vai permitir um nível mínimo de água para facilitar a entrada de pequenas embarcações. As obras vão durar 18 meses.
Esta é uma excelente notícia e pela qual a cidade de Peniche esperou – e reclamou – 20 anos. Desde 2001, há quase dez anos, que a descarga de esgotos domésticos e alguns industriais no fosso das muralhas foi substituída pela ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) da cidade. Esta situação, que se acumula pelas cidades portuguesas, é paradigmática do quanto tem que mudar a política ambiental das autarquias.
“Estas obras são importantes porque durante décadas o fosso recebeu esgotos domésticos e havia a necessidade de o limpar”, explicou o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia. Em causa, para o autarca, está a qualidade de vida, o turismo rural e a melhoria do ambiente. Não poderíamos estar mais de acordo!